Re: Encontro Debian Women - Curitiba, 10 de março

Tue Mar 13 05:28:23 UTC 2018

Olá Renata,

Vou me abster em comentar sua mensagem, só quero registrar que na minha
opinião ela é desrespeitosa e fere o código de conduta do Debian [1].

Independente de sermos homens ou mulheres, cis ou trans, pra
trabalharmos juntos precisamos ter o mínimo de respeito uns com os
outros.

Eu entendo que sua atitude não deve ser "de graça", e muito
provavelmente ela é um reflexo de outras situações desreipetosas das
quais vc foi vítima. Sinto muito se for este o caso. Mas mesmo assim,
isso não justificaria o tom da sua mensagem nessa thread.

Acreditando nas suas boas intenções, te convido a refletir sobre isso, e
peço que vc tente estabelecer um padrão de comunicação mais gentil,
principalmente em canais públicos, onde o alcance (e o dano) é
potencialmente maior.

Por fim, essa é a primeira vez que nos falamos, queria te agradecer por
sua colaboração ao projeto e seus esforços em atrair mais mulheres para
o Debian.

Abraços,

Tássia.

[1] https://www.debian.org/code_of_conduct.pt.html

On 2018-03-12 23:31, Renata D'Avila wrote:
> Um e-mail de gaslighting [1] que ainda veio com mansplaining [2] de
> brinde. Estou me sentindo muito privilegiada. Mas, né, vamos em
> frente como foi de todas as outras vezes. 
> 
> On Mon, Mar 12, 2018 at 22:26, Paulo Henrique de Lima Santana
> <phls at softwarelivre.org> wrote: 
> 
>> Aliás, havíamos conversado em pvt sobre eu te passar um banner e
> alguns adesivos do Debian e acabou que não combinamos mais nada
> depois. Espero que isso não tenha atrapalhado. 
> 
> Não, não combinamos mais nada e você sabe porquê. Não fez falta. 
> 
>> Pelo que vi, vocês distribuíram um panfleto né? Pode
> disponibilizar em algum lugar pra gente baixar usar em outros eventos?
> 
> 
> Está no repositório do site no Github no momento. Posteriormente
> podemos colocar no salsa. 
> 
>> Podemos imprimir para a MiniDebConf, por exemplo, porque vamos ter
> que imprimir outros materiais, aí já colocamos junto. 
> 
> Tem mais de 70 folders que sobraram e deixei em Curitiba para levar na
> MiniDebConf. Fiz tudo isso porque era a quantidade mínima na
> gráfica. Para próximas impressões, a Lu diminuiu o modelo e
> poderemos fazer 2 folders por folha A4 tranquilamente, para baratear. 
> 
>> Hoje conversei pelo telegram com a Miriam, a Luciana e a Kira para
> saber se podemos ajudar no crowdfunding que vocês estão organizando.
> Eu lembro que vc havia comentado comigo uma vez que vc não usa
> telegram, então acabou rolando a conversa só com elas por lá por
> ser mais prático e rápido 
> 
> Eu realmente nem deveria me dignar a uma resposta a isso. Não
> deveria, mas vou, para ver se você para de fingir que não fez uma
> merda e que é eu que fico "criando caso". E depois reclamam de "super
> agressivo e pouco construtivo" só porque eu faço às claras o que os
> homens desse projeto fazem veladamente... 
> 
> Há tempos você já tinha feito mansplaining comigo, vindo dizer que
> a mulher aqui não sabe reconhecer quando alguém está sendo machista
> com ela (ela que "não conhece o cara suficiente"). Eu tive que ler
> esse absurdo e, justamente porque não tive estômago (e não sou
> obrigada) para começar uma discussão contigo, não respondi. Eu
> expus em uma mídia social, evitando mencionar nomes porque, né,
> apesar de tudo. Você me bloqueou nessa mídia logo depois disso. E,
> desde então, tem seguido a prática de não falar nada diretamente
> comigo. Pelo contrário.  
> 
> Quando eu lancei a campanha das Mulheres na MiniDebConf - e digo eu
> porque meu nome está lá como criadora, com todas as letras - você
> teve problema com ela (ou será que foi problema porque as mulheres -
> e não a organização da MiniDebConf - pensaram, foram atrás e
> fizeram tudo que o feministo nunca fez pela MiniDebConf? Pergunta
> retórica.) E mesmo incomodado "por não ter sido informado" ou por
> "estar equivocada a informação", não veio falar comigo. Foi atrás
> das gurias da campanha em mais de um meio - e publicamente, em lugares
> que você é reconhecido como membro do Debian e suas manifestações
> tem peso -, mas para mim, não disse um "ai". 
> 
> E agora isso. Novamente, sabendo que eu que puxei essa questão do
> Catarse, o que você fez? DELIBERADAMENTE escolheu um meio
> PROPRIETÁRIO, NÃO-LIVRE, que você SABIA que eu não faço parte,
> para reunir as mulheres da campanha para a mini conferência de DEBIAN
> e falar com elas sem que eu pudesse estar presente. Quando uma delas
> me avisou que isso estava acontecendo e me manifestei sobre o
> DESRESPEITO que isso demonstrava para com a minha pessoa e para com o
> trabalho que venho fazendo VOLUNTARIAMENTE, foi quando começamos a
> falar de alternativas e surgiu a questão dessa lista (que, por sinal,
> ainda não estou totalmente confortável com, tendo em vista que o
> administrador/moderador com poderes supremos nela é um homem e parte
> das suas relações). 
> 
> Nem todas concordam com a sua sugestão da arte, mas eu que fiz todas
> e vou falar: eu não me sinto confortável tendo meu trabalho
> substituído por um homem, até porque não vejo, no momento, como as
> artes sendo o problema. O problema da campanha não é o design ou a
> arte. O problema da campanha é que em vez de assumir que era uma boa
> ideia (apesar de não ter sido vocês a pensarem nela) vocês focaram
> em que estava errada, que deveríamos simplesmente ter pedido dinheiro
> pro Debian, e não abraçaram para nos ajudar a divulgar desde o
> começo.  
> 
> E obrigada por desenhar para mim todo um processo na qual estive
> copiada em todos os e-mails. Claro, eu não tenho a sua visão de
> homem privilegiado, então devo ter perdido algo. Porque o que vi
> muito bem foi outra coisa. 
> 
> O que vi foi como alguém que disse ter "experiência em como as
> coisas funcionam" e que "gastar 2000 euros nisso [mulheres na
> MiniDebConf] é barato demais. tudo é um questão de como a gente
> coloca" não se prestou a brigar pelo que tínhamos combinado - trazer
> TODAS as mulheres da campanha. Debian falou de fazer "match" com as
> doações, ele ficou satisfeito e agradeceu sem contra-argumentar
> diante do fato que, se a campanha não chegar ao menos a 50%
> (altamente provável que não chegue com a situação atual e o pouco
> tempo que temos), NÃO TEREMOS COMO trazer todas as mulheres. 
> 
> É de se perguntar se quando Debian liberou os mais de 3000 euros para
> a sprint ruby em 2016 - sprint essa que SÓ TINHA HOMENS [3] foram
> colocadas todas essas barreiras também (os newbies tiveram que ir
> atrás de grana - ou é só agora, com mulheres fazendo iniciativa
> para diversificar a comunidade Debian, que é necessário?). 
> 
> A correção é você batendo pé para mostrar que você está certo -
> como, se bobear, foi o pedido lá pro Debian (estão vendo? Fizemos
> alguma coisa, por mais que tenha sido O MÍNIMO. Não podem dizer que
> não estamos ajudando.). A informação foi baseada em algo que consta
> própria wiki do Debian, na página encaminhada pelo Daniel, mentor do
> Outreachy. Essa página está em discussão para futura melhoria. 
> 
> Não precisam da nossa autorização para compartilhar a campanha - e
> é algo que já deveriam estar fazendo. E, se querem ajudar realmente,
> dêem um jeito de: (a) garantir de a campanha chegue ao menos aos 50%
> OU (b) não chegando nos 50%, mesmo assim consigamos levar todas as
> mulheres da campanha para a MiniDebConf, de preferência com apoio do
> Debian. 
> 
> Sem mais. 
> 
> Renata 
> 
> [1] https://www.dicasdemulher.com.br/gaslighting/ 
> 
> [2]
> https://thinkolga.com/2015/04/09/o-machismo-tambem-mora-nos-detalhes/ 
> 
> [3] https://lists.debian.org/debian-ruby/2016/03/msg00127.html
> _______________________________________________
> Debian-br-eventos mailing list
> Debian-br-eventos at lists.alioth.debian.org
> https://lists.alioth.debian.org/mailman/listinfo/debian-br-eventos